O lendário Roberto Rivellino: uma história de dribles elásticos e talento explosivo

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Uma Infância Movida pela Paixão pelo Jogo Bonito

Roberto Rivellino, nascido em 1º de janeiro de 1946, em São Paulo, era conhecido por suas habilidades técnicas excepcionais, exemplificadas pelo seu característico drible “elástico”. Com um chute poderoso e um temperamento explosivo, Rivellino veio de uma família de imigrantes italianos. Desde jovem, adorava jogar futebol com seu irmão Abílio, usando o galinheiro do pai como um campo improvisado. Sua paixão pelo esporte era tão grande que ele viajava de canoa do centro da cidade até a zona sul, apenas para assistir seu ídolo, o jogador local Chiquita, em ação.

Os Primeiros Passos de uma Carreira Lendária

O caminho de Rivellino para se tornar um jogador de futebol profissional não foi totalmente direto. Apesar de seu talento evidente, ele inicialmente não tinha aspirações de jogar profissionalmente e, em vez disso, jogava nos campos da família de seu avô. Foi durante esse período que ele começou a jogar futsal no Clube Atlético Indiano, que tinha um campo na propriedade da família de seu avô. Foi lá que um diretor do Esporte Clube Banespa, que morava nas proximidades, testemunhou as habilidades excepcionais de Rivellino e o convidou para jogar futsal pelo clube.

Influenciado por seu pai Nicolino, Rivellino então tentou entrar nas divisões de base do Palmeiras, mas foi repetidamente rejeitado pelo técnico Márcio Calvani, que tinha preconceito contra jogadores de futsal. No entanto, o destino interveio quando o Palmeiras enfrentou o Banespa em um jogo decisivo, e o diretor do Banespa convenceu Nicolino a levar seu filho para outra tentativa no Palmeiras. Nicolino recusou, pois Rivellino já havia assinado com o Corinthians.

Os Anos no Corinthians: Uma Década de Glória

A integração de Rivellino na equipe juvenil do Corinthians foi tranquila, e ele rapidamente ganhou o apelido de “Reizinho do Parque” dos torcedores do clube. Ele fez sua estreia profissional pelo Corinthians em janeiro de 1965, marcando um gol em uma vitória por 3-0 sobre o Santa Cruz no Torneio Pentagonal em Recife. Rivellino fazia questão de jogar excepcionalmente bem sempre que o Corinthians enfrentava seu ex-clube, o Palmeiras, para provar o erro de sua decisão de deixá-lo ir.

Ao longo de 10 anos no Corinthians, Rivellino jogou 474 jogos, vencendo 238 e marcando 144 gols. Seus títulos mais importantes com o clube foram o Torneio Rio-São Paulo de 1966 e o Torneio do Povo de 1971. Em 1972, Rivellino foi emprestado à Portuguesa para um amistoso em comemoração à inauguração do Estádio do Canindé, onde marcou um dos gols na vitória por 2-0.

Os Anos no Fluminense: Ingressando na “Máquina Tricolor”

Em 1974, o relacionamento de Rivellino com o Corinthians piorou. Após a derrota da equipe na final do Campeonato Paulista contra o Palmeiras, a diretoria do clube culpou Rivellino e negociou sua transferência para o Fluminense, que na época era conhecido como a “Máquina Tricolor”. A estreia de Rivellino pelo Fluminense contra seu ex-clube, o Corinthians, terminou em uma vitória por 4-1 para a equipe carioca, com Rivellino marcando três gols.

O tempo de Rivellino no Fluminense foi marcado por vários destaques, incluindo a vitória da equipe na Taça Guanabara em 1985, onde ele marcou o gol decisivo na prorrogação. Ele também teve atuações memoráveis contra o Vasco da Gama, exibindo seu famoso drible “elástico”. Apesar de um primeiro encontro traumático com o Corinthians, o jogo mais emblemático de Rivellino contra seu ex-clube ocorreu nas semifinais do Campeonato Brasileiro de 1986, onde o Corinthians, o azarão, conseguiu eliminar o time estrelado do Fluminense nos pênaltis, com Rivellino se recusando a cobrar um pênalti.

O Cosmos e Al-Hilal: Alcance Global

Em 1978, Rivellino jogou uma partida amistosa pelo New York Cosmos contra o Atlético de Madrid, marcando o único gol do Cosmos na derrota por 3-1. Mais tarde naquele ano, ele foi vendido para o clube saudita Al-Hilal, onde venceu a Copa do Rei e três títulos da liga saudita entre 1979 e 1981. No entanto, desentendimentos com o dono do clube, o Príncipe Khaled, levaram Rivellino a se aposentar mais cedo do que planejara, aos 35 anos.

O Legado de uma Lenda Brasileira

O impacto de Rivellino no jogo foi muito além de suas conquistas nos clubes. Ele foi um membro-chave da seleção brasileira vencedora da Copa do Mundo de 1970, considerada por muitos a maior equipe já montada para uma Copa do Mundo. As habilidades e o estilo de Rivellino cativaram fãs ao redor do mundo, incluindo o lendário Diego Maradona, que o idolatrava na juventude.

Após sua carreira como jogador, Rivellino continuou envolvido no esporte, trabalhando como comentarista para várias redes de televisão. Em 2014, ele foi convidado para participar do primeiro jogo na recém-construída Arena Corinthians, onde marcou o primeiro gol do estádio, cimentando seu lugar na história do clube.

O legado de Rivellino como um dos jogadores mais icônicos e talentosos da história do futebol brasileiro é inegável. Seu estilo de jogo único, marcado por seu drible elástico e chutes poderosos, conquistou a admiração de fãs e jogadores, tornando-o uma verdadeira lenda do futebol.

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